Mudar- Agir- Ser Diferente Para Poder Ajudar

É nítido que quem está em recuperação é porque mudou de atitude (1º eu, 2º eu, 3º eu) e isso não é ser egoísta é ter equilíbrio. Se eu não posso me amar, não posso amar o outro. Se não posso me ajudar, não posso ajudar o outro. Se eu não consigo resolver os meus problemas como vou conseguir ajudar o outro a resolver o dele? Não funciona!
O que funciona na recuperação do outro e na nossa é 1º a minha mudança de atitude, pois é ela que vai provocar a mudança de atitude do outro, obviamente se ele quiser, pois todos temos o livre arbítrio (possibilidade de decidir, escolher em função da própria vontade).
O que devemos nos perguntar é “tudo que eu sempre fiz está dando certo?” Geralmente a resposta é não. E se for não é porque não tem equilíbrio.
O que devo fazer então? Mudar de atitude! Tudo que eu nunca fiz eu tenho que tentar fazer para ver se ajudo o outro a ter um despertar e com certeza esse tentar vai fazer fará com que eu conviva melhor com as situação, vou deixar de conviver com uma situação que a anos (ou meses) vamos levando e  que o sofrimento vai crescendo, a dependência química crescendo e a codependência também.  Dentro disso não podemos esquecer que a dependência química não tem cura, ela pode ser estabilizada e a pessoa volta a ser a pessoa maravilhosa que sempre foi.

Uma outra reflexão que devemos fazer como codependentes para ajudar nossos familiares:
Porque vou deixar de usar droga que me dá prazer, que me dá satisfação, que eu não preciso ter responsabilidades nem com a família e nem com a sociedade em geral (amigos, emprego, etc), posso fazer o que quero e quando estou cansado tenho 2 opções: A) Pedir perdão (nunca mais vou fazer isso), B) Pedir internação de 30 dias”
Primeiramente pedir perdão quer dizer “nunca mais vou fazer isso”.(ele está falando a verdade? Quantas vezes ele já disse isso?).
Segundo ponto importante: 30 dias de internação é muito pouco! Isso não é recuperação!O Dependente químico fica de 20 a 30 dias numa internação para começar num processo de recuperação, quando ele já pede uma ajuda exigindo não está querendo recuperação. Essas colocações podem parecer forte para alguns porém é a mais pura realidade.
Adicto interno quando sai de um trabalho perfeito(em uma CT/clínica exercendo o seu papel corretamente, trabalhando os 12 Passos) e encontra uma família que abre as portas, dá comida, que não dá responsabilidade), ou seja, uma família doente, não vai funcionar! Ele terá grande dificuldade de se manter em recuperação. O dependente precisa encontrar uma família diferente, que corra junto com a  recuperação dele, que dificulte o uso, que dificulte crises de abstinência , que entenda de todo o processo.
Vamos pensar queridos leitores: O que eu posso fazer para dificultar que meu adicto volte ao uso?
A resposta é simples; Imposição da família!A família tem que estar no comando. Não quero que use dentro de casa, se usar fica na rua, se recair não volta para casa porque nenhum familiar é obrigada a conviver com isso.
Se não houver mudança familiar perdemos 70% do tratamento. Vejam bem amigos, 70% é um número bem expressivo! Reflitamos, vamos correr em busca de mudanças, sem medo, sem receios pois quando mudamos, quando deixamos de ser facilitadores não quer dizer que estamos batendo de frente com a pessoa que amamos e sim com uma doença gravíssima, progressiva e fatal. Lembrando que muitos adictos recaem por causa dos familiares porque elas continuam na doença.

Após essas reflexões chegamos a conclusão que devemos estudar, buscar ajuda, ler, pesquisar sobre o assunto, e lembrar sempre que o foco tem que ser a mudança de atitude. Não esquecer que droga é prazer e não se abre não do prazer quando tudo é tão fácil.

Sei que o texto é repetitivo mais é necessário volta e meia relembrar a necessidade da mudança. Muitos familiares chegam nos grupos sedentos por resposta de como ajudar seu familiar e a resposta é tão simples mais ao mesmo tempo complexa porque exige tomada de atitude, mais mesmo sendo difícil não canso de dizer que é possível!
Beijos a todos, muita força e fé sempre!

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