Álcool Outras Drogas e Suicídio


É amplamente comprovada a relação entre suicídios e drogas, especialmente o álcool. Segundo a OMS as políticas de controle do álcool são fracas e ainda são prioridade para a maioria dos governos, apesar do impacto que o hábito causa na sociedade: acidente de carro, violência, doenças, abandono de crianças e ausência no trabalho. Estima-se que entre 15% e 25% dos suicídios no mundo estejam relacionados ao alcoolismo, doença que atinge aproximadamente 11,2% da população brasileira.

Por aqui, no Brasil, como se sabe, o combate ao alcoolismo ainda é frágil. É fácil flagrar a venda de bebidas para menores, motoristas alcoolizados e outras situações que indicam omissão grave de governos e da sociedade em relação a esse problema.
Alguns estudos dão conta de que 40% dos alcoolistas tentarão o suicídio pelo menos uma vez na vida. Quando a bebida aparece associada a algum transtorno de ordem mental, o risco de suicídio eleva-se exponencialmente. Mesmo aqueles que não são alcoolistas, ao ingerir uns tragos a mais, correm o risco de perder o controle e dar vazão a impulsos agressivos imprevisíveis.

Mas o universo das drogas é amplo e diversificado. Por drogas, entenda-se qualquer substância lícita ou ilícita natural ou sintética, que uma vez introduzida no organismo altere suas funções. A capilaridade das redes que traficam drogas proibidas por lei em diferentes extratos sociais (cocaína, maconha, crack, heroína, haxixe, anfetaminas, etc) e a facilidade com que se vendem nas farmácias brasileiras(talvez o país com maior número por metro quadrado no planeta) medicamentos para dormir, tranquilizantes, antidepressivos e outros psicotrópicos que produzem alterações de comportamento, humor e cognição, causando dependência química, configuram um quadro extremamente preocupante.
A chamada medicamentalização da dor alcança níveis epidêmicos, agravados pela cultura da automedicação, muito enraizada no Brasil. Busca-se a todo custo o entorpecimento dos sentidos par blindar a dor, a tristeza, a melancolia, o desânimo, a falta de sentido e a sensação de vazio. Almeja-se a solução mecânica, como se fôssemos robôs ou computadores prontos para uma reprogramação instantânea, bastando para isso eliminarmos o 'vírus" que nos atormenta a existência.

A realidade, entretanto, é bem outra. Sucessivas alterações de humor provocadas artificialmente vão minando o metabolismo, a autoestima, o discernimento e podem, eventualmente, encorajar o ato suicida.

Não se pode dizer que toda droga precipita o risco de suicídio. Mas é possível afirmar que, sob o efeito de drogas, nos tornamos mais vulneráveis a episódios de suicídio. É mais uma informação importante no debate sobre a flexibilização do uso de drogas que acontece em vários países do mundo, inclusive no Brasil.


Texto extraído do Livro Viver è A Melhor Opção de André Trigueiro - Ano Base para o percentual 2012
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