Falando sobre Codependência



A co-dependência é a "doença" do familiar

A co-dependência pode definir-se como sendo dependência afetiva, havendo também quem lhe chame «droga de amor» e «intoxicação psicológica», entre outras denominações.

Para o co-dependente, a sua droga de escolha reside, efetivamente, nas pessoas.

O co-dependente é alguém que abandona resolutamente as suas próprias necessidades para assumir como tarefa/missão a supressão das necessidades dos outros.

O co-dependente é extremamente ansioso, envolve-se, amiúde, com quem sofre de distúrbios de personalidade, dificuldades no controlo dos impulsos ou até mesmo dependentes de substâncias, o que deforma os parâmetros das suas relações e o próprio termo destas.

Os co-dependentes, manifestam uma dedicação absoluta, que terá de ser correspondida pelo(a) amado(a); o amor é obsessivo (muitas vezes sem intimidade) e a mudança é encarada como um risco, razão pela qual suportam indefinidamente uma relação problemática e, muitas vezes, caótica.

A co-dependência tem a sua gênese numa ferida psicológica, em alguns casos decorrente de maus-tratos físicos e psicológicos e, eventualmente, de abusos sexuais…, que condicionam o sujeito para a criação de relações de submissão e passividade.

É uma doença progressiva e crônica, que conduz à autodestruição, cujos sintomas podem ser comparados aos do stress pós-traumático, podendo conduzir o “doente” ao abuso de substâncias, a patologias relacionadas com o stress e a quadros de uma agressividade desmedida.

A co-dependência pode ser primária, se os primeiros sinais surgirem na infância, ou secundária, se as alterações comportamentais surgirem posteriormente, sendo constantes, tanto num caso como no outro, a negação, o constrangimento das emoções e um contínuo estado de hipervigilância.

A necessidade de controlo é um dos padrões da co-dependência

O doente sente um ímpeto incontrolável de saber sempre onde está o(a) amado(a), com quem, a fazer o quê…

Procura a sua auto-estima no seu controlo e no dos outros, mesmo que tal facto lhe traga consequências nefastas.

De facto, os doentes de co-dependência não desenvolvem a sua identidade pessoal, achando que não existem sem o outro, sendo hiper-reativos a tudo o que é exterior e hipo-reativos ao seu mundo e à sua realidade interior.

A co-dependência assemelha-se a todas as outras dependências, mormente pela “embriaguez” que se sente a partir da reação da outra pessoa, pela necessidade crescente de mais presença dela e tempo passado em conjunto (entrando em abatimento quando isso não é possível), pelo risco de perda de si, da capacidade crítica, pela vergonha e pelo remorso, pela fuga que se procura ao encetar ligações deste tipo.

O co-dependente sujeita-se a tudo com medo de perder o objecto do seu amor, de ser abandonado, rejeitado, com terror da separação, da distância, da solidão.

Desvaloriza completamente os seus sentimentos, e a culpa e a raiva são suas fiéis companheiras.

Apesar disso, o dependente afetivo continua a achar que seria um despautério dar resposta às suas carências e desejos, o que faria dele, na sua própria concepção, um ser egoísta, exigente, petulante.

Deste modo, desfaz-se em atitudes “supostamente” altruístas, ficando imensamente magoado quando os outros recusam a sua ajuda.

Nada do que faz é suficiente e mostra-se incapaz de aceitar um reconhecimento ou um elogio.

Para ele/a prioridade é o que os outros pensam e sentem a seu respeito.

Não se considerando uma pessoa de valor e merecedora de amor, vira-se totalmente para fora e abdica amiúde do que gosta e lhe dá prazer em função do que os outros querem e precisam.

A co-dependência pode aparecer em concomitância com a depressão, com distúrbios de ansiedade, de humor e de personalidade e com outros modelos de dependência.

Os co-dependentes ou “drogados de amor”, como também são conhecidos, tendem a destruir o próprio amor.

Na base de todos os seus projetos encontra-se a necessidade desesperada de segurança.

As expectativas irrealistas são, contudo, passíveis de desembocar em raiva, desilusão e ressentimento.��

A co-dependência é uma doença emocional grave e progressiva, que afeta, regra geral, pessoas de natureza passiva ou agressiva, provenientes de famílias perturbadas ao nível emocional, que desde tenra idade se acham no dever de tentar resolver todos os problemas de toda a gente, dos quais, aliás, se culpam.

Da sua personalidade faz parte uma vergonha “tóxica” e sofrem de um défice enorme de autoconfiança.

São perfeccionistas e dependem absolutamente da aprovação dos demais.

Apresentam uma elevadíssima tolerância à dor e ao sofrimento, têm medo da intimidade e uma total incapacidade de se divertirem e de ser espontâneos.

Podem intercalar um carinho extremo com uma grande agressividade.
A infelicidade vai-se instalando e crescendo, sendo frequentemente acompanhada pela depressão, ansiedade, isolamento, violência, distúrbios alimentares, recurso a álcool, drogas, medicação…

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